O uso de bomba de infusão de medicamento intratecal com medicação combinada de morfina e bupivacaina para o tratamento de dor abdominal devido a porfiria aguda intermitente (PAI)
DOI:
https://doi.org/10.37085/jmm.2022.ac.an12Palavras-chave:
Porfiria aguda intermitente, Bomba de Infusão Intratecal e tratamento de porfiria intermitente aguda.Resumo
Relato do caso
Mulher, 32 anos, relata dor abdominal intensa (EVA) 9-10, pior dor da vida, tipo cólica em região mesogástrica que irradia para todo o abdômen há 6 meses. Foi submetida à apendicectomia e colecistectomia decorrente do quadro, após isso foi diagnosticada com (AIP), relata terapias com imunomoduladores e uso de morfina em bomba de infusão numa dose de 100mg/dia há 3 meses. Em crise de dor abdominal intensa foi internada e passado um cateter peridural com morfina durante 5 dias, com boa evolução e implantação do dispositivo de fármaco com melhora significativa na 1a semana com (EVA) de 2-3. Em 1 mês, a paciente subiu a escala de dor, foi aumentada a dose, sem melhora. Foi dado morfina e bupivacaina e a (EVA) foi para 2-1 em 6 meses.
Comentários
Porfiria aguda intermitente é uma doença causada pelo acúmulo de Ác. Delta-aminolevulínico e Porfobilinogênio causa sintomas semelhantes ao Abdômen Agudo. Os sintomas se dão em fases de crises, sendo mais comum a dor abdominal intensa que, erroneamente, pode ser considerada necessária a intervenção cirúrgica. A dificuldade do diagnóstico ocorre pois os sintomas são parecidos ao de abdômen agudo, além do desconhecimento da patologia por muitos médicos, logo, faz-se necessário exames laboratoriais, sendo o mais utilizado o EAS. O tratamento convencional é feito com o uso de heme administrado (EV), além do uso, principalmente, da morfina para o controle das crises, podendo utilizá-la através da bomba de infusão intratecal, no caso de dores crônicas.
Os principais efeitos colaterais dos opióides são: obstipação, coceira, convulsões, vômitos e bradipnéia.
Conclusão
Tendo em vista que a paciente obteve melhora após o uso da bomba de infusão intratecal com morfina e bupivacaina a (EVA) de 9-10 foi para 1-2 em um tempo de 6 meses. Em contraste, o uso somente de morfina em bomba de infusão intratecal teve a recidiva em 1 mês do quadro de dor, mesmo com o aumento da dose. Viu-se que, o efeito sinérgico do uso da bomba de infusão intratecal com morfina associado à bupivacaina para o controle de dores crônicas na (PAI) obteve maior eficácia. O caso mostrou uma boa resposta ao tratamento, mas é necessário promover mais estudos para esclarecer o tema.
Palavras-chave: Porfiria aguda intermitente, Bomba de Infusão Intratecal e tratamento de porfiria intermitente aguda.
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