Uso do neuroestimulador medular no tratamento da dor em pacientes pós-covid: uma revisão da literatura
Palavras-chave:
Dor crônica, Covid-19, Neurocirurgia, NeuromodulaçãoResumo
Introdução
A neuroestimulação medular, que consiste na aplicação controlada de estímulos elétricos na medula espinhal, tem como intenção o tratamento da dor crônica e de forte intensidade. Este tratamento tem mostrado excelentes resultados nos pacientes refratários e como estratégia de substituição do uso crônico de opióides. Dentre as doenças que se beneficiam com essa terapêutica, a neuropatia causada pelo vírus SARS-CoV-2 é uma das mais relevantes na atualidade. Isso é visto porque o vírus, além de causar as afecções respiratórias, tem sido associado com dano neural e sintomas neuropsicológicos estando presentes em até 87% dos pacientes hospitalizados.
Objetivo
Analisar a eficácia do uso do neuroestimulador medular no tratamento da dor em pacientes pós-covid.
Método
Uma revisão integrativa de literatura foi realizada na plataforma pubmed com os descritores “spinal cord stimulation” AND “Covid-19” AND “Neuromodulation” AND “Chronic pain”. Os artigos publicados entre 2020 e 2022 foram analisados, sendo excluídos estudos de revisão e publicações com acesso restrito ao texto completo. Foram incluídos os estudos cujo objetivo se enquadraram na finalidade desta revisão, sendo assim foram selecionados 5 artigos.
Resultados
Os neuromoduladores medulares são bem indicados no tratamento de dores crônicas refratárias em tronco e membros e, apesar de úteis para o tratamento de complicações neurológicas relacionadas à própria COVID-19, sofreram um impacto significativo devido à pandemia. Isso porque a eficácia do tratamento decorre da programação profissional regular dos dispositivos, de forma que com a necessidade do isolamento, muitos dos acompanhamentos tiveram que ser adiados ou interrompidos. Por isso, buscou-se estratégias com atendimentos remotos, que mostrou-se menos dispendiosa, com demandas atendidas mais rapidamente e com uma satisfação de 96,7% dos pacientes avaliados, permitindo não só o contato adequado dos pacientes com seus médicos, como a modulação da programação de forma simultânea e avaliativa. Isso, nos pacientes com neuropatia após COVID-19, mostrou-se benéfico pela neuroestimulação medular para redução de dor e controle do processo isquêmico após a infecção.
Conclusão
Diante disso, ainda que sejam necessários mais estudos para melhor compreensão dos processos fisiopatológicos envolvidos na neuropatia pós-covid 19 e no uso da neuroestimulação como ferramenta terapêutica, esta tem se mostrado uma intervenção efetiva para casos refratários.
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