Traumatismo craniano por arma de fogo em crianças: prevalência de fatores prognósticos em pacientes cirúrgicos
DOI:
https://doi.org/10.37085/jmm.2022.ac.an19Palavras-chave:
Traumatismo cranioencefálico, Arma de fogo, Pediátrico, PrognosticoResumo
Introdução
Ferimento por arma de fogo no crânio é o mais letal das lesões penetrantes cerebrais, com taxas de mortalidade relatadas a partir de 85% a 93%. Nas grandes cidades do Brasil, a prevalência da violência urbana é elevada, devido aos conflitos associados ao tráfico de drogas nas comunidades periféricas, assim como os conflitos armados com a polícia.
Objetivo
Este estudo tem como objetivo avaliar os fatores preditivos de morbidade e mortalidade e identificar a prevalência de fatores prognósticos em pacientes pediátricos que sofreram ferimentos de bala na cabeça.
Método
Revisamos uma série de 43 pacientes internados entre 2010 e 2019. Foram coletados dados de 43 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico na instituição, sendo considerados os seguintes parâmetros na análise: a escala inicial de Coma de Glasgow (ECG), idade, sexo, local de entrada e trajetória do projétil. Tomografia computadorizada (TC) na internação, complicações, cruzamento médio e escala de pontuação de Glasgow no momento da alta (Escala de Resultado de Glasgow; GOS) também foram contabilizados.
Resultados
O sexo masculino correspondeu a 90,7% dos casos (n = 39), e 16 a 17 anos de idade foi a idade mais comum (60,5%). A região frontal foi o local de entrada mais comum (41,9%), seguido pela parede parietal e entrada occipital. A trajetória penetrante foi mostrada em 48,8% dos casos, perfuração/transfixação em 39,5%, e tangencial em 11,6%. A tomografia mostrou que o afundamento é a alteração mais comum (74,4%), seguido por contusão cerebral (44,2%). Segundo a GOS, 23,3% morreram, 23,3% foram classificados por desfecho desfavorável (GOS, 2-3) e 53,5% de resultado favorável (GOS, 4 e 5).
Conclusão
Em nosso estudo, houve associação significativa entre os baixos escores de ECG na admissão e baixo GOS (1-3; p = 0,001) no momento da alta. Pacientes com feridas que cruzaram a linha média também apresentaram associação significativa com baixo GOS (p = 0,014) em nossa experiência clínica. Concluímos que os baixos escores de GCS na admissão e crianças com uma ferida que cruza a linha média são fatores preditivos de alta mortalidade e morbidade, em nossa experiência clínica.
Palavras-chaves: Traumatismo cranioencefálico, Arma de fogo, Pediátrico, Prognostico.
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