Relato de caso de punção ventricular transorbital para descompressão ventricular de emergência
DOI:
https://doi.org/10.37085/jmm.2022.ac.an13Keywords:
Punção, Transorbital, Ventricular, Emergência, HipertensãoAbstract
Introdução
O acesso de emergência ao sistema ventricular é necessário para o tratamento da pressão intracraniana elevada, principalmente quando as brocas não estão prontamente disponíveis. Um desses métodos é a abordagem transorbital realizada com agulha espinhal, técnica recomendada como medida de emergência em pacientes comatosos de rápida deterioração cujos sinais são sugestivos de hérnia cerebral ou cerebelar aguda devido à hidrocefalia. Nele, o corno frontal do ventrículo lateral é atingido rapidamente através de uma agulha no 18 que penetra no teto orbitário, podendo drenar o líquido facilmente.
Objetivo
O objetivo deste trabalho será relatar um caso clínico de um paciente com história pregressa de hidrocefalia que evoluiu com uma hipertensão intracraniana, e discutir o procedimento de punção ventricular transorbital feito para a descompressão ventricular de emergência.
Métodos
As informações contidas neste trabalho foram obtidas por meio de revisão do prontuário, registro fotográfico dos métodos diagnósticos aos quais a paciente foi submetida e revisão da literatura.
Resultados
Paciente do sexo feminino, 1 ano e 7 meses, 9kg, com história pregressa de hidrocefalia, mielomeningocele corrigida e múltiplas revisões de derivações ventrículo-peritoneais, compareceu ao serviço de neurocirurgia com estado geral decaído e com sinais de desidratação, optando-se, após constatação de hipertensão intracraniana, pelo procedimento de punção ventricular transorbital para descompressão ventricular de emergência. Foi feito o uso de agulha 18G para puncionar o teto orbitário sob a pálpebra superior após a aplicação de antisséptico na pele e conjuntiva da região superior da órbita. Os pontos de referência incluíam puncionar o teto da órbita 1 cm posterior ao arco supraciliar e direcionar a ponta da agulha em direção à sutura coronal e linha média, tendo sido feita a descompressão com sucesso, sem constatação de lesão ao feixe neurovascular supraorbital, vazamento de LCR para a órbita ou dano aos vasos do lobo frontal.
Conclusão
O procedimento de punção ventricular transorbital para descompressão ventricular é uma medida de emergência viável e segura a depender da habilidade e experiência do neurocirurgião. Apesar disso, esse procedimento ainda é pouco comum e mais estudos se fazem necessários.
Palavras-chave: Punção, Transorbital, Ventricular, Emergência, Hipertensão.
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